GANADARIA IRMÃOS GARCIA FIALHO - Um Marco Identitário na Cultura Taurina de Barrancos
Pastando nos campos de Barrancos, nas herdades das Russianas, Val de Corcho e Pintado, durante mais de dez anos, pouco a pouco a ganaderia adquiriu consistência e ganhou nome no meio taurino.
Toiros e novilhos passearam a sua classe e bravura por toda uma imensidão de praças de toiros de Portugal e Espanha, sendo lidados por toureiros e cavaleiros de renome da Península Ibérica, com destaque para as de: Évora; Montemor-o Novo; Cascais; Santarém; Póvoa de Varzim; Setúbal; Ciudad Real; Sevilla; Puerto de Santa Maria; Cáceres e tantas outras. Mas sempre marcando a indispensável presença nas tradicionais Festas em Honra de Nossa Senhora da Conceição, popularmente designadas por FÊRA DE AGOSTO, na Vila de Barrancos.
Recordo uma conversa que tive há anos com um profundo conhecedor da ganaderia, até pela sua responsabilidade em relação à mesma. Guilherme Aníbal Nunes que tinha sido capataz, encarregado e reconhecedor do gado bravo da Casa Fialho durante a sua existência, referia-me então: Aproximadamente em 1956, foi comprado o ferro a Don Tomáz Prieto de la Cal Sanz, de San Juan del Puerto, custando cerca de 500 contos nessa altura. Como era obrigatório, veio junto ao ferro um núcleo de 33 vacas e um reprodutor chamado "Capotero", o custo de cada vaca foi de 14 contos e o touro 125 contos.
(Pontas cortadas ao reprodutor "Capotero")
Investigando os primórdios da ganaderia através dos documentos disponíveis, neste caso o Livro "Relación Oficial de CRIADORES DE TOROS DE LÍDIA/ Temporada Taurina de 1956, do SINDICATO VERTICAL DE GANADERIA", o mesmo refere:
Mas já antes em 1955, e prevendo criar a nova ganaderia já havia vacada provisória, com vacas de Cabral Ascenção e reprodutor de Oliveira Irmãos. Só depois viriam um núcleo de vacas e um reprodutor da já referida ganaderia de Don Tomáz de la Cal Sanz.
A maior parte eram velhas, o que permitia ver as fichas e saber quantos touros bravos tinham parido - quando pariam 2 bois mansos eram postas de lado.
Mas já antes em 1955, e prevendo criar a nova ganaderia já havia vacada provisória, com vacas de Cabral Ascenção e reprodutor de Oliveira Irmãos. Só depois viriam núcleo de vacas e um reprodutor da já referida ganaderia de Don Tomáz de la Cal Sanz.
Em 1968, a ganaderia foi vendida a António José Teixeira de Coruche, com antiguidade a 6 de Maio de 1928, e procedência Don Rafael Figueroa Bermejillo, antes Duque de Tovar.
E seguidamente apoiando-nos no Livro da "U.C.T.L. - Unión de Criadores de Toros de Lídia,Temporada de 2003", sendo o ferro e a ganaderia já propriedade de Antonio José da Veiga Teixeira, vêm enunciados os seguintes antecedentes históricos:
De destacar também pela sua importância na vida da ganaderia, e para apurar a bravura e a selecção dos touros, a Praça de Tentas de Val`de Corcho inaugurada a 13 de Abril de 1957, e por onde passaram grandes figuras do toureio como os matadores Francisco Mendes, Ricardo Chibanga, José Júlio, José Trincheira, Amadeu dos Anjos, José Simões, Óscar Rosmano, José Falcão, e os bandarilheiros Guilherme Pereira e os irmãos Badajoz (António e Manuel), entre outros.
Não menos importante foi o papel, e o cuidado constante com a ganaderia por parte do pessoal responsável desde o já referido Guilherme Nunes, Manuel Fretes, aos vaqueiros e tratadores do gado bravo João Chaqueta, Domingos Boieiro e Domingos Torrado, sob a direcção dos donos da mesma, Carlos e José Augusto Garcia Fialho.








